quinta-feira, 21 de julho de 2016

Reconceito apresenta Ciclo “O Cinema que Eu Amo”

Ciclo exibirá seis filmes clássicos do cinema selecionados entre as preferências de cinéfilos de Indaiatuba que, ao final de cada apresentação, baterão um papo com os espectadores sobre o filme exibido

O espaço Reconceito (Rua 5 de Julho, 591 – Jd. Pau Preto - Indaiatuba) apresenta de 30 de julho a 8 de outubro o ciclo “O Cinema que Eu Amo”. O ciclo será composto de seis filmes clássicos do cinema selecionados entre as preferências de seis cinéfilos de Indaiatuba que, ao final de cada apresentação, baterão um papo com os espectadores sobre o filme exibido.
O encontro acontece de 15 em 15 dias aos sábados, a partir as 14h30, com entrada franca. Veja a programação e se agende:
Dia 30/07 - “Contos da Lua Vaga”, de Kenji Mizoguchi – bate papo com Marcos Kimura
Dia 13/08 - “Noivo neurótico, noiva nervosa (Annie Hal)”, de Woody Allen – bate papo com Caio Guimarães
Dia 27/08 - “O Encouraçado Potemkin”, de Sergei Einseinstein – bate papo com Márcio Rebelo
Dia 10/09 – “Blade Runner”, de Ridley Scott – bate papo com Fábio Alexandre
Dia 24/09 - “O Padre e a Moça”, de Joaquim Pedro – bate papo com Antonio da Cunha Penna
Dia 8/10 - “Intriga Internacional”, de Alfred Hitchcock – bate papo com Pedro de Queiroz.
Cada filme será introduzido pelo convidado por 20 ou 30 minutos, e após a exibição, haverá um bate-papo a respeito de até 30 minutos.

Os filmes
“Contos da Lua Vaga” (Japão/1953). Direção de Kenji Mizoguchi. Com Machiko Kyo, Masayuki Mori. Baseado numa história de Akinari Ueda, escritor que viveu no século XVII, o filme conta a história de dois casais cujos maridos são artesãos que sonham com a fortuna na época da Guerras Feudais (entre os séculos XV e XVI). Um deles abandona a esposa para comprar armas e se tornar soldado, enquanto o outro se deixa enfeitiçar por uma misteriosa princesa que vive só com sua criada em um palácio. Indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro e vencedor do Leão de Prata de Direção em Veneza, a personagem da Princesa, interpretada por Machiko Kyo, foi usada por Carl Gustav Jung para ilustrar seu conceito de Anima em “O Homem e seus Símbolos”. A atriz se especializou em filmes de samurai; entre eles, “Rashomon” (1950), de Akira Kurosawa, vencedor do Leão de Ouro de Veneza; e “Portal do Inferno” (1953), de Teinosuke Kinusaga, vencedor dos Oscars de Filme Estrangeiro e Figurino em cores. Mizoguchi, Kurosawa e Yasujiro Ozu são os mais celebrados cineastas do Japão, que foi a primeira cinematografia asiática a ter reconhecimento mundial.

“Noivo neurótico, noiva nervosa” (EUA/1977). Direção de Woody Allen. Com Woody Allen, Diane Keaton. Allen interpreta Alvyn Singer, um comediante quarentão com pretensões intelectuais e emocionalmente inseguro (ou seja, ele mesmo), que conhece a bela Annie Hall (título original, usado pelos cinéfilos ao invés da versão brasileira), uma WASP do Meio-Oeste que aspira ser cantora, e os dois começam a namorar e dividir suas neuroses. O filme ganhou quatro Oscars – Filme, Direção, Roteiro Original e Atriz – mas Allen preferiu tocar com sua banda de jazz ao invés de ir à cerimônia de premiação. É a única obra de Allen a lhe dar a estatueta de Filme e Direção, mas ele ganharia o de Roteiro Original mais duas vezes e daria a seus atores mais seis prêmios da Academia (para Michael Caine, Diane West 2x, Mira Sorvino, Penélope Cruz e Cate Blanchett).

“O Encouraçado Potemkin” (URSS/1925). Direção de Sergei Eisenstein. Considerado um dos filmes mais importantes e influentes de todos os tempos, conta a história da revolta dos marinheiros do encouraçado Príncipe Potemkin, em 1905, reprimida com violência pelo regime czarista. Eisenstein usa o episódio para colocar na tela suas teses do cinema como instrumento revolucionário, em que não há protagonista individual, mas uma coletividade – no caso, a tripulação do navio e a população de Odessa, que se solidariza com a revolta. Além disso, o filme é um manual sobre montagem cinematográfica que será imitado e homenageado nas décadas seguintes. A cena do massacre na escadaria foi parodiada em “Os Intocáveis”, de Brian de Palma, e em “Brasil – O Filme”, de Terry Gillian.

“Blade Runner – O Caçador de Androides” (EUA/1982). Direção de Ridley Scott. Com Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young, Daryl Hannah. Num futuro – que já está logo aí, em 2019 – os terráqueos já partiram para a colonização de outros planetas, eixando para trás uma Terra superpopulosa, poluída e sob os efeitos do efeito estufa. Para auxiliar na colonização dos outros planetas, são desenvolvidos androides de última geração chamados Nexus-6, idênticos aos humanos, só que mais fortes, inteligentes e com prazo de validade de 4 anos. Rick Deckard é um ex-policial especializado em erradicar androides rebeldes que é convocado por seu antigo chefe a caçar quatro deles que voltaram à Terra e tentaram invadir a empresa que os fabricou.
Hoje em dia, dificilmente um filme teria a trajetória de “Blade Runner”: um fracasso no lançamento que foi aos poucos adquirindo status de cult-movie. Dez anos após sua estreia, foi a primeira produção a ganhar uma Versão do Diretor (Director’s Cut), que virou moda depois.

“O Padre e a Moça” (Brasil/1966). Direção de Joaquim Pedro de Andrade. Com Paulo José, Helena Ignez, Mário Lago, Fauzi Arap. Inspirado num poema de Carlos Drummond de Andrade, a história se passa numa região de garimpo decadente, aonde um jovem padre chega para dar a extrema unção ao velho vigário lugar. Ao morrer, o sacerdote moribundo sussurra alguma coisa ao mais jovem e o comerciante Fortunato ouve o nome de Mariana, sua concubina, que lhe foi dada pelo pai, um garimpeiro arruinado. Fotunato pretendia tornar a moça sua esposa, mas o velho padre sempre recusou. O recém-chegado aceita realizar a cerimônia, mas descobre que Mariana o deseja, e ele a ela.  Primeiro longa de ficção de Joaquim Pedro, foi feito no contexto do Cinema Novo, mas foi considerado “alienado” na época, por preferir o lirismo à luta de classes. Três anos depois, faria “Macunaíma”, seu maior sucesso, em que faz a ponte entre o Modernista Mário de Andrade com o Tropicalismo, e encerraria sua filmografia com “O Homem do Pau Brasil” (1982), uma biografia antropofágica de Oswald de Andrade. Morreu prematuramente em 1955, aos 56 anos.

“Intriga Internacional” (EUA/1959). Direção de Alfred Hitchcock. Com Cary Grant, Eve-Marie Saint, James Mason, Martin Landau. O Mad Man (publicitário da Madison Avenue) Roger Thornhill é confundido com um agente secreto por um grupo de espiões. Ele acaba sendo acusado de um homicídio em plena sede da ONU e é obrigado a cruzar o país tendo em seu encalço a polícia e um grupo de assassinos. Uma misteriosa loira o ajuda, mas ela também está envolvida na trama. Já foi considerada a obra-prima de Hitchcock e foi um de seus maiores sucessos de público e crítica. Apenas mais tarde “Um corpo que cai” disputaria esse status. Muita gente considera a série James Bond uma diluição de “Intriga Internacional”, cuja cena icônica é perseguição de avião no campo. Cary Grant era, ao lado de James Stuart, o protagonista favorito de Hitchcock; James Mason é um dos melhores vilões de sua filmografia e Eve-Marie Saint vinha do Oscar ganho em “Sindicato de Ladrões”. O jovem Martin Landau faz um sinistro e silencioso capanga, alguns anos antes do seriado “Missão: Impossível”.

Os Cinéfilos
Marcos Kimura é jornalista cultural e cineclubista e atua no Portal de notícias VIP & Life e como programador do Cineclube Indaiatuba.
Caio Guimarães é jornalista da TV Sol Comunidade.
Márcio Rebelo é fotógrafo e cineasta, atualmente comandando a produtora Proletariat, em Indaiatuba.
Fábio Alexandre é jornalista da Tribuna de Indaiá e do site Nerd do Interior.
Antônio da Cunha Penna é fotógrafo, escritor e também programador do Cineclube Indaiatuba.
Pedro Queiroz é professor de inglês e videomaker.
Os ingressos para o ciclo de cinema devem ser reservados pelo telefone (19) 3885-3159 ou na página de Contato do website www.reconceito.com.br e deverão ser trocados no dia da exibição por uma peça de agasalho a ser doada à Volacc.

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