terça-feira, 25 de setembro de 2018

Primeiros lêmures preto-e-branco nascem no Zooparque Itatiba

Instituição é a única no Brasil a manter essa espécie sob cuidados humanos; fêmea deu à luz dois filhotes no dia 27 de agosto

O Zooparque Itatiba registrou o primeiro nascimento de lêmures-preto-e-branco sob seus cuidados.  Trata-se da primeira reprodução natural desta espécie de primata em ambiente sob cuidados humanos no País. Originário da Ilha de Madagascar, no continente africano, o lêmure-preto-e-branco (Varecia variegata) é considerado criticamente ameaçado de extinção pela Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e no Brasil só pode ser visto no Zooparque. Dois filhotes nasceram no dia 27 de agosto e estão sob os cuidados naturais da mãe. Ainda não foi possível identificar o sexo dos animais.
“A fêmea está cuidando muito bem de seus filhotes sozinha e não foi necessária nenhuma intervenção da equipe do zoo durante todo o período de gestação, nascimento e cuidados neonatais”, explica a bióloga Camila Piovani, coordenadora do Departamento de Biologia e Educação do Zooparque. A instituição conta com quatro lêmures preto-e-branco adultos em seu plantel, sendo dois machos e duas fêmeas, importados de um zoológico da Áustria. Os casais foram formados no passado, levando em consideração a importância da reprodução para a conservação de espécies ameaçadas.
O Zooparque segue o protocolo de intervir minimamente no processo reprodutivo dos animais sob seus cuidados. A gestação da primata foi acompanhada de perto pelos profissionais do zoo assim que o tratador observou o comportamento reprodutivo de um dos casais. O monitoramento de seu comportamento natural e de mudanças físicas no corpo da fêmea são de extrema importância e evitam que intervenções invasivas sejam são adotadas.
As fêmeas desta espécie constroem um ninho no alto das árvores para abrigar os filhotes e, quando eles estão um pouco maiores, ela costuma carregá-los para onde deseja, até que tenham crescido o suficiente para se deslocarem sozinhos. Segundo Camila, mãe e filhotes têm livre acesso ao recinto, assim como à área de bastidores. Porém, como os filhotes ainda são muito pequenos, a mãe toma uma postura muito protetora em relação a eles e sempre procura escondê-los quando está na área de exposição, o que dificulta neste momento a obtenção de imagens. “Em mais algumas semanas os filhotes vão começar a explorar o recinto junto com a mãe e ficará cada vez mais fácil observá-los”, explica a bióloga.

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