quinta-feira, 2 de março de 2017

Centro de Arte Flamenca promove aula aberta de Bata de Cola

Acessório feminino centenário remete ao ápice da destreza da bailaora na dança
 
No Dia da Mulher, 8 de março, o Centro de Arte Flamenca (CAF) promove uma aula aberta pra lá de feminina: a de Bata de Cola, nome do vestido ou saia com cauda que, pela destreza exigida pela bailaora que está usando no tablado, representa o ápice da majestade do ritmo flamenco, um dos principais símbolos da cultura espanhola. Quem quiser conhecer o que permeia tanta magnitude e ter uma ideia de como o acessório é movimentado deve se inscrever até a véspera e comparecer à sede da escola na quarta-feira, às 18h30, quando a professora Ana Cristina Marzagão ensinará essa arte.
 
“A bata de cola remete à uma feminilidade incrível. É a rainha do traje das mulheres e uma referência no flamenco, usado em alguns bailes como a Soleá, as Alegrias e os Caracoles”, ressalta Lu Garcia, diretora e bailaora do CAF.
 
Lu Garcia explica que a bailaora estabelece um vínculo tão forte com a cauda que transmite a sensação de que ela é parte de seu corpo. “A técnica inclui dosar o impulso para tirar a cauda do caminho com um movimento semelhante a um chute, mas suave. Conhecer o funcionamento das articulações dos membros inferiores é fundamental para uma atuação bem sucedida. A técnica da bata de cola deve estar apurada para que não haja tropeço e para que a cauda não vire ou não enrole”, adverte a artista.
 
A bata de cola é o traje típico da mulher andaluza para determinadas festas. Geralmente, os babados começam na altura do joelho para que permita o movimento das pernas.

Origem do acessório

Historiadores remontam o aparecimento da bata de cola para a segunda metade do século 18 numa adaptação da roupa de uma princesa. Era usada por mulheres nas ruas das maiores cidades da Espanha, feita de seda ou percal branco e ajustada no corpo com cordas ou fitas. No século 20 a cauda foi levada para os shows, era engomada e pesava em torno de 25 quilos. Há registros que afirmam que a bailaora Rosário La Mejorana foi a primeira a usá-la nos palcos.
 
No entanto, seu uso foi popularizado pela Pastora Império e Antonia Mercé, que dançavam com bata de cola em tablaos e teatros. Desde então, a cauda vem passando por adaptações, foi encurtada e tornou-se mais leve com a aplicação de tecnologia aos tecidos. Hoje, e bata cola pesa aproximadamente 10 quilos, tem de 35 a 50 metros de tecido e precisa ser firme para cair gentilmente e não embolar.
 
A bata de cola foi celebrada por grandes nomes do flamenco. Merche Esmeralda, Blanca del Rey e Matilde Coral são chamadas de principais embaixadoras da cauda. Matilde Coral escreveu até o livro Tratado sobre a bata de cola, publicação que sensibiliza para a sua importância e elegância ao mesmo tempo que dá dicas básicas sobre o seu funcionamento.

Aula aberta de Bata de Cola com Ana Cristina Marzagão – Centro de Arte Flamenca
Data: 8 de março, às 18h30
Local: Rua Barão de Paranapanema, 401, Bosque, Campinas
Informações e inscrições: pelo whatsapp (19) 99774-5900 até 7 de março
 
Crédito das fotos: Vitor Damiani
 
Informações para a imprensa: Kátia Nunes (19) 98880-2908 katinasc@yahoo.com.br

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