terça-feira, 22 de março de 2016

Espetáculo ‘Frida Y Diego’ é ótima opção para o fim de semana da Páscoa

Após temporada de sucesso em São Paulo e Rio de Janeiro, ‘Frida Y Diego’ está em cartaz em Campinas desde a semana passada. Com Leona Cavalli e José Rubens Chachá no papel do casal de artistas mexicanos Frida Kahlo e Diego Rivera, o espetáculo tem direção de Eduardo Figueiredo e fica em cartaz até o próximo dia 27 de março, com sessão no sábado, às 21h, e no domingo, às 18h. É uma ótima programação para quem está na região de Campinas na Páscoa, período de feriado prolongado pela sexta-feira santa. 
O espetáculoo da dramaturga Maria Adelaide Amaral reestreiou no Teatro Brasil Kirin, em Campinas, no sábado passado, dia 19 de março, com casa lotada. A trama retrata a complexa e intensa relação dos fascinantes artistas mexicanos Frida Kahlo e Diego Rivera e o legado que deixaram na história da arte. A peça conta com direção de Eduardo Figueiredo, a atriz Leona Cavalli interpretando Frida Kahlo e José Rubens Chachá como Diego Rivera. A produção local é da BR Produtora.
Com “Frida y Diego”, Maria Adelaide quebra o jejum de uma década sem um  texto inédito para o teatro. O último texto da autora encenado nos palcos foi “Chanel” com Marília Pera. O espetáculo narra o reencontro dos artistas depois de uma traumática separação. A trama narra uma fase conturbada da vida de Frida, quando já bastante doente e com muitas dores, voltou a morar com Diego, em casas vizinhas ligadas por um corredor.
Frida Kahlo e Diego Rivera viveram um grande e conturbado amor, ao mesmo tempo em que influenciavam, com sua arte latina, o mundo das artes plásticas europeu e americano na animada e confusa década de 30.  Recheada de conflitos, poesia, nostalgia e humor, a peça tem iluminação assinada por Guilherme Bonfanti, cenário, figurino e adereços por Márcio Vinícius e direção musical de Guga Stroeter.                                                                                            
A montagem
A dramaturga Maria Adelaide Amaral escreveu o texto do espetáculo sobre Frida Kahlo e Diego Rivera especialmente para o diretor Eduardo Figueiredo e o diretor de produção da peça, o ator Maurício Machado. “Eu sempre tive fascínio por Frida e Diego. Vi algumas exposições dela por esse mundo afora e quando fui ao México conheci pessoalmente a obra de Diego. Estive na Casa Azul duas vezes e visitei a casa deles em San Angel. Isso alguns meses antes do Eduardo e do Maurício me encomendarem a peça”, conta a autora. Maria Adelaide estudou profundamente a vida da dupla de artistas para escrever o texto. “Não é bem ficção. É teatro. E o tema foi intensamente pesquisado nos livros sobre Diego e Frida e em outros que me mandaram dos Estados Unidos e México”, completa Maria Adelaide.
Para a montagem, o diretor Eduardo Figueiredo focou na interpretação do elenco: “Esse espetáculo é dos atores, nós só vamos preparar a cama para eles se divertirem”. Ele optou por colocar música ao vivo na peça. No palco, dois músicos tocam acordeom e baixo. “Para mim, é fundamental que uma peça como esta tenha músicos em cena, o próprio Diego Rivera era um grande festeiro e a música, aqui, reforça a passionalidade da relação deles. Pretendo falar da humanidade presente destes dois grandes artistas. Outro aspecto importante é fomentar questionamentos, nesse contexto específico, temas tão contemporâneos como traição e lealdade”, comenta o diretor. Segundo Eduardo, a obra de Maria Adelaide apresenta, de forma explícita, o universo afetivo desses dois grandes artistas sem perder o panorama histórico que tanto os influenciaram. “A dramaturgia e o trabalho dos atores são o nosso norte no espetáculo!", acrescenta.
O ator José Rubens Chachá, que completa 40 anos de carreira com esta montagem, observa: “Foi o melhor presente que poderia receber. Eu tenho um fascínio muito grande por personagens reais. Quando completei 30 anos de carreira, a Maria Adelaide me convidou para viver Oswald de Andrade no espetáculo “Tarsila”, também de sua autoria. Desta vez, o presente me surpreendeu ainda mais. Considero Oswald e Diego dois antropofágicos em suas artes tão diversas”.
Há nove anos sem participar de uma produção de teatro, a atriz Leona Cavalli comemora o retorno. “Frida foi sempre absolutamente avançada em sua arte e, na vida, ela teve a coragem de fazer da sua existência uma obra de arte com extrema inteligência, indo muito além da sua dor. É um privilégio trazer para a cena a humanidade dela. O texto da Maria Adelaide coloca a matéria prima da arte da Frida na dramaturgia, ou seja, a sua vida. Muitas coisas que estão escritas na peça foram ditas pela artista”, conta a atriz. 

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