Depois de aproximadamente 60 dias de internação para tratamento da Covid-19, foi uma grande comemoração para todos do Vera Cruz Casa de Saúde de Campinas e familiares a alta dos pacientes Inês Alves Fernandes Custódio, de 72 anos, em 27 de maio, e Gilberto Soares, 65 anos, no último dia 1º. Os sentimentos de tensão, superação e gratidão permearam os envolvidos ao longo do período. “Foi uma luta de muitos, todos unidos pela recuperação. Uma equipe multidisciplinar assistiu a minha tia com 100% de atenção. Temos muito a agradecer a todos os profissionais do hospital”, diz a sobrinha de Inês, a advogada Ana Carolina Alves Forchezatto.
A empresária Vivian de Jesus Nogueira, esposa de Soares, disse que a família aprendeu a viver um dia de cada vez. “Foram 65 dias de internação, sendo 51 deles na UTI. Não podíamos criar expectativas sobre o dia seguinte. Foi uma batalha diária, em que parentes e amigos viveram uma corrente de oração”.
Soares, que é empresário, foi internado direto na UTI do Vera Cruz Casa de Saúde em 27 de março com febre alta e muita tosse, e Inês, dia 31 do mesmo mês, no apartamento, com sintomas do Novo Coronavírus.
Internado na hora da visita
Na hora da visita dos familiares no dia 1º de abril, o aposentado José Edson Fernandes Custódio, marido da Inês, já ficou no hospital para internação também quando foi ver a esposa. Ele informou à equipe médica que sentia uma “canseira”, e depois de avaliado ambulatorialmente e constatada a contaminação pelo vírus, precisou ficar hospitalizado.
Simultaneamente, a falta de ar de Inês piorou e ela precisou ser encaminhada para a UTI e colocada em respirador. “Recebemos duas notícias preocupantes de uma só vez e meu tio e toda a família ficou muito assustada”, conta Ana Carolina.
Diferente da esposa Inês, José Edson apresentou a forma leve da doença e em pouco dias teve alta e finalizou o tratamento em casa. Embora tenha se recuperado rapidamente, o alívio não chegava pelo fato de a mulher estar na UTI.
Videochamada da UTI
No caso de Vivian, há dúvidas se contraiu o coronavírus. Na ocasião da internação de Soares, quando o teste era raro, ela não foi atrás para fazer, não só por não apresentar sintomas, mas também pela correria e necessidade dela também ficar em isolamento por precaução. “Fiquei 30 dias sem me encontrar com ninguém. E 45 dias sem ver meu marido pelo risco de transmissão. A primeira videochamada – entre muitas sequenciais – que a família fez com ele pela internet, foi emocionante. Assistido por profissionais do hospital no momento da conexão, ele não conseguia falar, mas se comunicava piscando os olhos”, descreve. Soares permaneceu 51 dias na UTI.
Depois de 37 dias na UTI, a paciente Inês foi transferida para o quarto e por mais 20 dias foi se reabilitando até poder voltar para casa. “A melhora foi gradativa. Fonoaudióloga, psicóloga, fisioterapeuta e outros profissionais ajudaram a minha tia a voltar à normalidade. E quando o período de contaminação passou e a família pode visitá-la ela ficou muito feliz, o que contribuiu para o seu restabelecimento”, comemora Ana Carolina.
Tanto Inês, quanto Soares, precisaram fazer traqueostomia para continuar respirando por ventilação mecânica, já que o processo pela boca – conhecido como intubação –, de acordo com o coordenador da Clínica Médica do Vera Cruz Casa de Saúde, Caio André Moises de Lima, não deve ultrapassar duas a três semanas. “O tempo prolongado da intubação endotraqueal pode provocar complicações na laringe, tranqueia, trauma das vias aéreas ou outros problemas”, explica o médico.
Os dois pacientes da Covid-19, devido à longa internação, também precisaram fazer hemodiálise pela paralisação dos rins. “A insuficiência renal é um agravante comum em internados em estado crítico. O procedimento faz o papel do órgão, retirando as toxinas do organismo e controlando o volume de água e os níveis de sais minerais do sangue. O tratamento é atenuado ou cessado quando os rins mostram sinais de recuperação”, esclarece o Dr. Walter Girardelli, coordenador da UTI do Vera Cruz Casa de Saúde.
Nos últimos dias de internação, Soares apresentou melhora do padrão respiratório, conseguindo receber alta sem a traqueostomia. Dr. Lima garante que nos próximos dias o orifício irá cicatrizar e o paciente vai respirar normalmente. “Embora tenha ficado entre a vida e a morte e tenha perdido 19 quilos, meu marido saiu muito bem do hospital. Agora, ganhará força locomotora para andar através dos exercícios de fisioterapia em casa”, ressalta Vivian, com o coração grato.
Inês também está aliviada e dedica-se inteiramente às recomendações dos especialistas de saúde para garantir seu rápido restabelecimento.
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