quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Bailarina de Indaiatuba é selecionada para dançar nos Estados Unidos

Beatriz Bueno, da Estúdio em Cena, recebeu bolsa integral da National Ballet Academy Denver
Determinação é a palavra que define a jovem Beatriz Bueno (18), que em janeiro embarca para os Estados Unidos. Depois de participar de diversas competições de dança, ela foi selecionada para fazer parte do seleto time de bailarinos da National Ballet Academy Denver. Mas, para chegar a este momento, o caminho foi longo e de muita dedicação.
Beatriz começou a dançar aos 4 anos de idade. Diferente do que se possa imaginar, porém, tornar-se uma bailarina profissional não estava em seus planos — ela queria ser super-heroína. “Eu gostava um pouquinho de jazz e nada de ballet. Para ter uma ideia, o ballet foi aparecer em minha vida somente quando fiz 14 anos. O que eu queria mesmo era ser uma super-heroína que voasse”, relembra Beatriz.
A mudança de pensamento veio somente em 2012. Na época, a jovem começou a fazer jazz na Estúdio em Cena e não demorou muito para que o seu talento fosse percebido. O problema, no entanto, era que Beatriz vivenciava a crítica fase da adolescência.
“A Bia entrou na Estúdio em Cena com 12 anos; uma típica adolescente rebelde. Ela sempre teve muito talento, mas faltava deixar de lado essa rebeldia para se dedicar mais. Então, quando ela fez 14 anos resolvemos oferecer uma bolsa de estudos de ballet. Ela aceitou meio a contragosto, mas sabemos que foi ali que algo começou a mudar dentro dela”, conta a diretora da escola, Michelly Juste.
E de fato mudou. Após ser reprovada em um exame interno da academia, a jovem percebeu que tanta teimosia não a levaria longe. Adotou uma nova postura e incluiu ensaios diários em sua rotina.
“Eu comecei a ensaiar, fazer aulas e alongamento todos os dias; sozinha e com a Michelly. Treinei bastante os saltinhos, que são minha maior dificuldade e poderiam me deixar para trás em qualquer audição. Foquei bastante nas minhas fraquezas. Tinham dias em que eu chegava na Estúdio às 8h e ia embora somente às 22h. Optei por ir conquistando o mundo aos poucos com a minha garra e determinação”, explica a bailarina.
Momentos difíceis
Ao mesmo tempo em que Beatriz decidiu trilhar o seu caminho dentro da dança, ela percebeu que esse não seria um percurso fácil. Por diversas vezes pensou em desistir e foi preciso muita força de vontade para não jogar tudo para o alto.
“Eu tento uma bolsa de estudos ou contrato desde os 16 anos. Sempre foi muito difícil receber os vários ‘nãos’. Eu me dedicava tanto e era sempre muito elogiada, e não entendia o que estava fazendo de errado; porque ninguém me queria. Até que um dia pensei no quanto já havia me esforçado, nas diversas bolhas e dores, além de todo dinheiro investido. Olhei para tudo isso que fiz até agora e vi que não podia desistir”, lembra Beatriz.  
Para a diretora, é preciso não só preparar os alunos tecnicamente, mas também mostrar que cada vitória ou derrota ajudam a ensinar o caminho certo. “Esse é um mundo muitas vezes cruel. Assim como toda profissão, exige muita disciplina e estudos diários. A cada ‘não’ que ela recebia, me via na obrigação de dizer que esse era só o começo e que isso fazia parte do aprendizado. É por isso que adoro contar a história da Bia, pois para mim ela é um exemplo em todos os sentidos. Disciplina, foco, determinação e amor. Me emociono só de pensar em todo esse caminho percorrido e o tanto que ela ainda tem a aprender”, avalia Michelly.

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