Duas sessões por mês é a novidade desse projeto que atrai pessoas de outras cidades que vem exclusivamente para viver essa experiência
Unir arte, cultura e gastronomia sempre foi o objetivo desse projeto que em outubro completará 6 anos e que a cada ano conquista mais adeptos e fãs de carteirinha.
Quando a chef Vivi Moraes deu vida ao Cinema na Mesa ela queria proporcionar uma experiência que mexesse com os cinco sentidos e pudesse criar uma memória afetiva em quem a vivenciasse. A meta? Um filme que tivesse gastronomia na temática como pano de fundo para um jantar especial, criativo e repleto de novos sabores. Além disso era a oportunidade de executar pratos com técnicas diferenciadas e ousar. Se aqui estivesse a chef que tinha o projeto como um de seus “xodós”, ficaria feliz em ver que ele foi muito além, tanto que ao invés de acontecer toda primeira quinta-feira do mês, a partir desse mês de fevereiro ele terá um “bis” que ocorrerá em geral na terceira semana. “Como temos poucos lugares para atender com qualidade, uma vez que a execução de um jantar de 5 ou até mais passos requer cuidado e atenção, muitas pessoas acabavam não conseguindo uma vaga. Abrir uma segunda sessão vai possibilitar que mais pessoas possam desfrutar dessa experiência”, explica Marcel Moraes proprietário do Marupiara.
A Experiência
O título é anunciado e o cliente compra o ingresso sem saber o menu a ser servido e isso já gera curiosidade e aguça os sentidos. Na chegada alguém pergunta sobre possíveis intolerâncias e o curador do projeto, o arquiteto e pesquisador Paulo de Tarso, faz uma abertura que versa sobre o longa e as curiosidades e fatos históricos do mesmo. É um momento cultural único e muito enriquecedor. O filme vai surgindo na tela dos quiosques e os aromas desprendem da cozinha que fica ao lado. O tilintar dos copos e panelas no fogão misturado ao movimento dos garçons que deslizam pelo salão, geram um som que se incorpora a trilha do filme numa sintonia perfeita. Assim começa o desfile de pratos que pouco a pouco vai chegando na mesa dos comensais. Há quem duvide que seja possível assistir um filme enquanto o jantar é servido, mas tudo flui com tranquilidade e de repente as pessoas silenciam o ambiente a luz de velas. Vez ou outra se ouve uma prosa sussurrada que não interfere naquele momento mágico.
O Menu
Os chefs da casa preparados pela Vivi durante anos, estão dando continuidade ao rico trabalho do Cinema na Mesa. A maior parte dos menus foram criados pela chef Vivi Moraes inspirado nos filmes escolhidos, mas pouco a pouco vai surgindo novos filmes e novos menus o que faz com que os chefs atuais possam trazer novos sabores sempre com o cuidado de não deixar a identidade da casa de lado – brasilidade e cozinha contemporânea. “Sempre procuramos surpreender com algo inusitado. Recentemente servimos sorvete de queijo com berinjela defumada e carpaccio de abobrinha caramelizada. A inspiração dessa sobremesa foi o filme Ratatuille. Em “A Cem Passos de Um Sonho tinha um “ovo” que na verdade era um creme brulée. Em dezembro para celebrar a época do Natal, colocamos caviar de cereja nas taças de espumante. Para isso são utilizadas técnicas da cozinha molecular”, conta Marcel.
Sobre o filme
Pegando Fogo conta a estória do Chef Adam Jones, vivido pelo belo ator Bradley Cooper, que tinha tudo e perdeu. Um rockstar vencedor de duas estrelas Michelin com maus hábitos, mas talentoso. Seu objetivo é recuperar sua própria cozinha e ganhar a tão sonhada terceira estrela Michelin. Para isso contará com a ajuda dos melhores entre os melhores, incluindo uma bela mulher.
O filme chama atenção pela dinâmica ditatorial em uma cozinha de alta gastronomia com ritmo de produção intenso. A rivalidade entre chefs também tem seu espaço, além de belos pratos que desfilam a todo momento. O expectador pode esperar uma trama interessante e que revela os bastidores de um restaurante de elite.
Um toque de cultura
Oferecer uma experiência gastronômica com uma pitada de arte é o principal objetivo de Vivi Moraes, que para incrementar seu Projeto conta com a participação de Paulo de Tarso, arquiteto, pesquisador e mestrando em artes pela Unicamp. Paulo faz a interação do saber com o sabor, situando a obra dentro do contexto histórico e destacando as curiosidades da trama.
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