Um grande evento é sempre um meio de unir pessoas com diversas características, e até de diversas nacionalidades, como acontece nas competições realizadas pelo Instituto Passo de Arte. Mas neste 18° Passo de Arte um grupo chamou a atenção não só pela qualidade, mas também pelo trabalho de inclusão social idealizado pelo diretor Roberto Freitas.
Vindo de Teresina, no Piauí, o Cordão Grupo de Dança começou a ser formado quando Freitas passou no concurso público da rede municipal de ensino, e passou a dar aulas de Educação Física em um colégio público da cidade.
Freitas conta que desde a primeira formação do Cordão Grupo de Dança, bailarinos com deficiência física também foram incluídos no projeto, mas sempre fazendo parte do todo e nunca como um diferencial da coreografia. “Quando convidei os primeiros alunos deficientes físicos para fazerem parte do grupo, vi neles a possibilidade de se fazer arte, porque eu acredito que tudo pode ser feito”, afirma o diretor. E esse 'tudo pode ser feito' é facilmente visto entre seus alunos, como Isabel, que tem 11 anos, é amputada e nunca tinha tido contato com essa arte. “Estou gostando muito de dançar, e desse contato com mais bailarinos. Quero me especializar na dança”, fala Isabel Rodrigues do Nascimento.
Para o bailarino Robson Marley, 18 anos, que nasceu com má formação dos membros inferiores, sua deficiência também nunca foi barreira para se aprimorar e desenvolver a dança. “Quando fui convidado aceitei de primeira, e não tive dificuldades, mas agora acho que estou melhor”, diz Marley.
Para o diretor e coreógrafo, a inclusão de deficientes físicos dentro de seu grupo não só ajuda a divulgar a importância da inclusão social para as demais pessoas, como ajuda também a melhorar a auto-estima desses jovens, para que eles possam perceber que com esforço e dedicação também podem dançar, interagir com os demais e viver sem tantas limitações.
O Cordão Grupo de Dança é realizado dentro da Escola Municipal Porfírio Cordão, em Teresina. Existe há seis anos, e viajou para Indaiatuba, onde os 24 alunos, mais a comissão técnica passaram os 10 dias de eventos, graças à ajuda da Prefeitura Municipal e do reconhecimento que o grupo possui hoje na cidade.
O grupo é um ótimo exemplo para mostrar o poder que a dança tem de 'falar' a mesma língua, independente da nacionalidade, do poder social, das dificuldades e principalmente, de mostrar que essa arte é uma ótima ferramenta de inclusão social.
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