Com a restrição do funcionamento do comércio na Região Metropolitana de Campinas (RMC) desde o início da pandemia provocada pela Covid-19, o faturamento dos estabelecimentos que trabalham com varejo tem apresentado frequentes quedas, quando comparado ao mesmo período do ano passado. A maior parte das lojas tem conseguido realizar negócios basicamente pelo incremento das vendas pela internet. O e-commerce continua sendo o grande destaque para a evolução do comércio digital que, acoplado à prática do delivery motivado pela pandemia, expandiu as vendas em 40% na comparação junho/2020 x junho/2019. “Essa dinamização do e-commerce é a maior contribuição que a pandemia pode dar ao comércio digital, pois a expectativa para julho é de que a quarentena continue o que projeta um mês ainda negativo para o comércio varejista em Campinas e Região”, analisa do economista Laerte Martins, diretor da ACIC.
Por ter sido essa possibilidade, nos últimos meses, junto com o drive-thru, de comercialização de produtos pelos seus associados, a ACIC passou a disponibilizar uma plataforma gratuita que permite a inclusão também de pequenos e médios empresários no universo digital, imprescindível para os negócios durante a pandemia, mas que ultrapassará o momento de crise econômica, gerada pela Covid-19. Desenvolvida em parceria com a MarketUP, a ferramenta permite a criação de loja virtual gratuita, com layout personalizado de empresa e com toda estrutura necessária para que os empresários possam cadastrar seus produtos, integrar os meios de pagamento e o frete, por exemplo. A plataforma também auxilia na organização e no controle dos processos internos, como estoque, finanças, emissão de nota fiscal, contas a pagar e a receber, emissão de relatórios e gerenciamento de serviço de entregas (delivery), entre outros.
Faturamento em queda
O faturamento do comércio varejista vem caindo. Com base nos dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) de junho de 2020, a avaliação em função do nível de faturamento feita pelo Departamento de Economia da Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC), demonstra que o varejo de Campinas e região apresentou uma queda de 22,5% em junho de 2020, quando comparado ao mesmo mês de 2019. No entanto, junho teve um crescimento de 17,9% se comparado a maio de 2020, mesmo considerando no período uma inadimplência 19,84% maior. Na avaliação junho/2020 x junho/2019 a elevação da taxa de inadimplência foi de 3,16%.
Nas vendas físicas positivas continuam figurando os Supermercados e Hipermercados, com crescimento de 14,9%. Móveis, eletros e lojas de departamentos também tiveram resultados positivos com 3,5% de aumento nas vendas e material de construção com 20,1%. Vários são os setores que tiveram perdas no faturamento. As vendas no Turismo e Transportes caíram 74,5%; nos salões de beleza 60,5%; nos bares e restaurantes, 58,2%; no setor de vestuário, 45,7%; na educação, comunicação e diversão 31,6%; nos postos de gasolina 31,25%; nos serviços de autopeças 8,1% e, nas drogarias e farmácias, onde o faturamento vinha subindo até então, a queda foi de 3,48%,
A movimentação financeira em junho, em Campinas, foi de R$ 870,6 milhões, contra R$ 1,111 bilhão em 2019, representando um prejuízo de 21,65%. Na RMC foram movimentados R$ 2,097 milhões este ano, contra R$ 2,645 bilhões no ano passado, registrando uma diferença percentual de 20,71%.
Semestre
Na avaliando de janeiro a junho de 2020, as vendas no varejo de Campinas e região acumularam uma perda no faturamento de R$ 3,301 bilhões, cerca de 22,5% em relação ao mesmo período de 2019. Em Campinas, a perda no faturamento chega a R$ 1,417 bilhões, ou cerca de 22,3% em relação aos seis primeiros meses do ano passado.
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