Reprodução natural de
espécie ameaçada de extinção é comemorada; fêmea deu à luz um casal, cujos
nomes serão escolhidos através de concurso
O Zooparque Itatiba comemora o nascimento de dois tigres
siberianos, espécie ameaçada de extinção, reproduzidos naturalmente. A mãe,
Darya, deu à luz um casal de forma natural, na passagem do dia 17 para o dia 18
de junho. Mãe e filhotes passam bem e são mantidos em local reservado, não
estando, ainda, expostos à visitação. É a primeira reprodução de tigres
siberianos no Zooparque.
"Estamos dando o máximo de isolamento e privacidade à
fêmea para que ela se sinta confortável para cuidar dos filhotes. Nossa intervenção
é mínima. Se ela não tivesse tido nos primeiros dias um comportamento positivo
em relação aos filhotes, aí sim seria necessária uma intervenção", explica
Felipe Garcia, coordenador do Departamento de Biologia e Educação do Zooparque.
Mãe e filhotes estão numa área de bastidor, uma espécie de
maternidade. Uma câmera foi instalada no local para monitorar o comportamento e
cuidados naturais da mãe aos filhotes. O único acesso é o do tratador, que
alimenta a mãe e faz a limpeza do ambiente. O pai ainda não tem contato com os
recém-nascidos por precaução. A aproximação dele será feita numa segunda etapa.
Segundo Felipe, a reprodução dos animais foi incentivada a
partir do momento em que Juan, o macho, chegou ao zoo, há um ano, vindo do
Parque Ecológico de Americana. Darya chegou ao zoo em maio de 2015, vinda de um
zoológico da Alemanha. Até então, eles eram os únicos da espécie no recinto. O
Zooparque segue o protocolo de intervir minimamente no processo de reprodução.
"Fizemos todos os processo de adaptação e aproximação,
e eles aceitaram conviver num ambiente único. Isso é uma forma de incentivar a
reprodução. Deixamos o mais natural possível para que ela pudesse entrar no
cio, o macho demarcasse território, para que ela aceitasse a presença do macho
e, consequentemente, ele também", explica.
Seguindo o protocolo, intervenções invasivas não são feitas
em casos de reprodução. Nenhum exame foi feito na fêmea para comprovar a
gestação, apenas o monitoramento natural de seu comportamento e de suas mudanças
físicas após percebida a cópula do casal. A partir desse monitoramento, o
espaço foi preparado para que ela pudesse dar à luz no período previsto - o
tempo de gestação da espécie é de 106 dias. O tratador montou um ninho num
local isolado do recinto, que foi o lugar que a fêmea escolheu para parir.
Os visitantes poderão acompanhar as imagens da mãe com os
filhotes através do monitor que está instalado em frente ao recinto dos felinos.
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